terça-feira, 26 de outubro de 2010

Suas Cicatrizes, Minha Identidade (Eu Sei Quem Somos!)

Esse é um texto escrito pelo meu grande amigo Bruno Leite de Oliveira, no dia 25/10/10. Espero que esse texto venha falar tanto com a sua vida, quanto falou (e ainda fala) com a minha!


“Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” I João 4:8

Esta manhã, enquanto eu escovava os dentes pra começar mais um dia de correria frenética, estava ouvindo uma música no meu mp4, Everything do Lifehouse. Como de costume minha mente foi longe na letra da música e foi nesse momento Deus me abriu os olhos para uma verdade que temos (ou pelo menos eu tenho) deixado passar despercebida com relação ao amor (não vou falar amor de Deus porque considero isso uma redundância). E é exatamente disso que vou falar aqui, porque se Deus me revela algo é para eu revelar isso às demais pessoas.

Do modo como enxergo as coisas, vejo que o amor de Deus é bem mais complexamente simples do que imaginávamos. Seu afeto por nós é incompreensivelmente compreensível. Mas antes de você se encher dessas antíteses, vamos começar pensar sobre o assunto. O amor é aquilo que todas as pessoas instintivamente buscam para serem felizes. Isso pode não ser muito claro a mente de todos, mas é muito evidente em cada coração. Mas qual será o tipo de amor que realmente fará a diferença na minha vida? Eu acredito que todos os tipos e todos só são encontrados em um único Ser, o Criador.

Falando em Criador, essa é justamente a primeira faceta de seu afeto pela raça humana. A Bíblia afirma que os seres humanos são a parte de sua obra de maior refinamento e inspiração. Essa inspiração foi bem diferente daquela usada para criar os astros do céu, ou as plantas e os animais que habitam sobre a Terra, mas vamos discutir isso logo, logo, tenha um pouco de paciência (isso está intimamente ligado a outra faceta do amor de Deus, mas o amor é um só enquanto as palavras são muitas, é impossível descrever tudo de uma vez). Em gênesis lemos que Deus nos fez semelhantes a si próprio (próprios), ou seja, somos criados para sermos verdadeiras “miniaturas” do Pai. O laço que une o Criador com sua criação nesse ponto é semelhante a aquele que une um pintor a sua obra-prima, ou um engenheiro ao seu maior projeto, ou um musico a sua mais bela canção. Cada um desses pode aperfeiçoar sua obra se ela sair dos parâmetros desejados. Com Deus também é assim, Ele age na regeneração constante de seus amados, conservando e consolando em todo tempo.



Outra faceta do amor de Deus é aquele que se assemelha com o que uma mãe e um pai tem por seu filho(a).  Deus nos corrige como um pai e nos consola como uma mãe. Seus conselhos, sua Palavra chegam a nós exatamente como um bom pai educa seu filho. O pais cuidam de seu filho(a) do seu nascimento (e antes também) até quando este finalmente se torna um homem completo ou uma mulher amadurecida. Neste tempo sempre mantêm seus olhos bem fixos em sua cria para que toda vez que esta se aproximar de um perigo possa salvá-la disto. Bons pais estão também sempre ensinando seus filhos a evitarem estes problemas, ou seja, agem no amadurecimento destes. Esse amor é considerado o mais forte entre aqueles que são ignorantes, e não é para menos. Uma mãe e um pai pela própria definição amarão seus filhos independentemente do que aconteça a estes. Deus é assim e muito mais (“Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me recolherá.” Salmo 27:10). Talvez seja justamente por isso que a parábola do filho pródigo seja sempre tão poderosa em nossos corações (Lucas 15:11-24).

Chegamos finalmente última faceta que eu tratarei aqui. É paralelo a aquilo que une um homem a uma mulher. Este sim é um conceito complicado de se entender para muitas pessoas porque é necessário ter pureza, algo raro ultimamente (muito infelizmente). Quando um homem está apaixonado (lembrando que a pureza é extremamente necessária para ter uma visão correta desses conceitos) e ele chega ao conhecimento que está finalmente diante da sua amada ele terá que se fazer digno (na verdade manter a dignidade) a fim de conquistar o coração dela. Esse era um aspecto que eu nunca havia entendido muito bem com relação ao amor de Deus, mas essa manhã, como eu já comentei, meus olhos se abriram para ver (ou então começar a ver) o romantismo divino. A grande maioria de nós passa a vida pensando que Deus é frio e seu amor, apesar de ser a solução de todos os problemas, é algo que não sai muito das páginas da Bíblia, claro, é real, mas pouco sentido. Isso é um tremendo engano. Não foi “só” o amor sacrificial de Jesus que nos toca, há muito mais do que imaginávamos...

“E como eu permaneceria aqui com Você e não seria movido por você?”. Pronto, ao ouvir isso (é uma frase traduzida do refrão da musica) minha cabeça foi longe, e eu notei que cada coisa simples, cada coisa bonita, tudo aquilo que é intrigante e as coisas que fogem de nossas noções de dimensão, tudo aquilo que foi criado por Deus foi para tocar cada uma de suas miniaturas, nós seres humanos. Uauuu! Isso quer dizer que todo o universo foi feito como uma carta de amor a cada um de nós, onde Deus usou sua multiforme sabedoria e inspiração para mover o coração de cada um de nós de um modo bem especifico a uma paixão profunda por Ele. É tão amável e tão gentil! Deus como eu poderia continuar aqui com Você e não me mover para mais perto de Ti!? E Você ainda entregou sua vida por mim? Como eu poderia receber algo melhor!?

Se pensarmos que nossa identidade está relacionada com nossos dons, talentos e vontades naturais estaremos cometendo um erro grave. De que forma se julga uma pessoa se o chão em que pisamos foi criado para esta pessoa pisar? Como somos capazes de considerar alguns superiores e outros inferiores? Todas essas coisas estão mais ligadas com aquilo que temos do que na verdade somos. Nós somos os filhos do Rei! Esses somos nós. Somente em Jesus eu sei quem sou, porque eu sou uma miniatura de uma das facetas da sabedoria e amor de Deus (você é uma outra faceta). Totalmente único. Mas só em Jesus eu sou algo, só tocado por seu amor. Logo não sei mais quem sou, mas quem somos, porque assim como em um casamento a igreja e Jesus são um só corpo, ou melhor, um só espírito. Qualquer coisa menos não somos nós, qualquer coisa além não somos nós. Vê? Talentos, aparência, riqueza, inteligência ou tendências carnais não interferem na definição de nossas identidades. Ou elas são escritas com o sangue de Jesus ou não são nada. O que fará a diferença é a escolha do caminho que cada um faz para si mesmo. Morrer em seu egoísmo ou viver o amor. De fato não existe qualquer outro caminho. O que você vai fazer amado(a)?

Bruno Leite de Oliveira.

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